Fazer as malas tem sido um exercício de pensar o que é realmente necessário. Mais que isso, cialis 40mg pharm estar sempre de malas prontas têm sido minha estratégia de sobrevivência, no sentido de validar a hipótese da desistência, que, de algum modo, é insistir, insistir mais um pouco, desejar desistir, desistir um pouco para novamente insistir, que se transforma em resistires, persistires e outros desistires.

Ao longo desses meses de Colaboratório, nunca foi tão forte esse sentimento, especificamente na residência com Miguel Pereira em Teresina. Talvez a necessidade de ter ou instigar ou forjar conversas mais críticas sobre o que produzimos junto ou juntos, sobre o que fazermos para coexistir na singularidade de cada um, sobre perceber o outro sem se perder no outro. 

Alinhar-se nos nossos objetivos sem desconsiderar a linha do lado, a linha do outro, de um fazer concessões quando o outro te permite apenas seguir instruções, de uma urgente e emergencial ?tica da Co-Criação, sem mascaramentos do que seja o intérprete seduzido pela questão do outro, trazer para si o que o outro propõe, nem que seja, por vezes, subverter certa ação compulsória, de criar anti-corpos contra uma obrigação de seguir por seguir. 

Aprendi nesse movimento que para estar junto e juntos não podemos nos diluir pra menos no grupo. Nivelar por baixo não dá. Não suporto falsa modéstia. Sei que todo grupo impõe normas e regras que emergem do ser-estar em grupo. Como então não cair na armadilha de que pra estar junto-juntos temos que negar a nossa experiência? Como não fazer do compromisso colaborativo ou colaboratorial um lugar de condescendências mas de decências? 

Sou um inexperiente com experiências. Percebo coisas que me ferem a carne e esquentam os neurônios. Não consigo ficar inerte. Decido calar-me para ouvir o outro. Aprendo mais um pouco e novamente entro em crise para dizer que não aguento mais. Pois sem tesão, as coisas não fluem, o desejo morre antes mesmo de nascer e nos confundimos e nos enganamos ao acreditar que, erroneamente, fingir estar junto-juntos é concordar com tudo. Isso não. Ser pacífico é bem diferente de ser passivo. 

Consegui reagir e agora me revigorei. Instaurei em mim e no que venho construindo nesses meses de colaboratório outro movimento auto-crítico. Assumir que gosto de falar, que gosto de dançar, que tenho vontade de falar de dança, que tenho vontade de dançar danças.Agradeço, em especial, a Weyla e Layane, do Núcleo Dirceu, que, como ouvintes, fizeram pontualmente o que nenhum de nós artistas colaboradores oficiais tinha feito até então: ver o outro, entranhar-se no outro. Talvez porque essa função circunstancial de ser artista-ouvinte caracterize-se por um certo distanciamento ou outro nível de comprometimento estético e artístico. Daí conseguiram ver mais. 

Tanto que estou agora a pensar que é bom nem sempre estar tão de malas prontas. Justamente para colocar em mim certa obrigação de não me boicotar ao estar na prontidão das malas prontas, tentando discernir o momento de desfazê-las por completo para poder estar ou apenas tirar algumas peças para passar o dia que se quer viver, homeopaticamente.