Fui o último dos artistas do coLABoratório 2010 a fazer o intercâmbio.

A experiência foi um ponto importantíssimo para meu percurso de reflexões e co-criação.

Reencontrei os artistas-ainda-residentes do Rio de Janeiro para compartilhar o que foi vivido lá em Teresina e os dilemas deles nesse momento de decisões sobre o que é possível ainda fazer juntos.

Conversamos muito, information pills stomach já que o grupo era pequeno. O que permitiu também ouvimos melhor uns aos outros.  Da estadia/morada em Teresina, nos ócios criativos do periodo entre residências, vivenciei outro cotidiano, especificamente, o do Centro Coreógrafico, um espaço muito bom de salas de ensaio e localização estratégica que, no entanto, diminui sua potência artística pela excessiva burocracia.

Como parte do intercâmbio, fiquei uma semana na casa de Aguirre, no bairro de Engenho de Dentro, próximo ao Estádio Engenhão. Um bairro que, mesmo com pouco tempo, conquistou minha simpatia. Os ditos locais perifericos têm essa magia que me encanta, uma naturalidade de estar no urbano, um entre, uma fricção na lógica maquinal das rotinas desgastantes.

Seguindo meu instinto de sobrevivência, sendo leal a minha instuição de nômade que tanto prezo, fiquei então na Visconde do Rio Branco, próximo à Praça Tiradentes, próximo também Centro Cultural Banco do Brasil entre outros espaços de subjetividades que emergem desse desterritorizalizar.

?s tardes, iniciei uma assistência artística de um novíssimo projeto de Miguel Pereira. Ainda em Lisboa, conheci ele dentro da Formação Intensiva Acompanhada – FIA, promovida pelo Centro Em Movimento. Lá tivemos conversas sobre comunicar algo publicamente, junto com meus colegas de FIA, já que a proposta de finalização era uma semana de comunicações e partilhas.

Como resultado final tanto do intercâmbio como da assistência, participei de duas apresentações.

Na primeira, com meus colegas colaboristas, como diz Victor, onde senti que não rolou muito o meu material individual mas que, noutro movimento, despertou em mim outros interesses e desdobramentos do que pretendo para a mostra de processos no Panorama.

Depois, eu e Miguel, à tarde, que me colocou pra dançar Flashdance e lambada, numa espécie de lecture demonstration, nesse ter convicção de dançar mais que ter a competência técnica para dançar.