A ultima residência do projeto coLABoratório 2010 feita em Teresina em setembro passado, ask unhealthy me deixa com minhas antigas questões, trazidas no tempo de Luis Correia … depois de muito andar por experiencias de colaboração dentro de cada etapa -uma escolha as veces um poco estranha- foi de colaborar desde um outro jeito, com um objeto. E é ainda uma pergunta que se desenvolve na proposta artistica que estou realizando, o motor da pesquisa, a essência do resultado. Da mesa no palco.
Existe vida para um ex-colab? Sim se acreditarmos que, sale possivelmente, recipe o principal ganho de um projeto colaborativo ou de colaboração é aprender a conviver com a diferença do outro e se singularizar nesta diferença.

Iniciei o Colaboratório 2010 com algumas idéias e questões artísticas, search e uma rotina de movimento que se engendrou em mim nos seis meses que fiquei em Lisboa noutro projeto colaborativo comigo mesmo. Um seguido do outro: embate, conflito, idealismo, descobertas.

Finalizo esta edição com outras tantas questões. Foram seis meses intercalados de momentos  em que ora o estar junto era crucial mas angustiante, ora o não estar era necessário mas solitário.   

Meu desejo era trabalhar estruturas de composição na cena, mais ou menos assim, apresentar para o público algo previamente estruturado e, ao longo da apresentação, ir ?desconstruindo?? a cena, evidenciando o corpo pensando nesse reestruturar os materiais.

Agora estou interessado em trabalhar com discurso falado referenciado no outro, ainda com esta idéia de uma estrutura que se desestabiliza e se instabiliza na cena e no corpo.  

Questiono-me cada vez mais (às vezes, menos) sobre quais estratégias cada um precisa e tem que desenvolver nesse estar junto e juntos para colaborar, artisticamente.

Venho refletindo um pouco sobre qual a importância e relevância do intérprete na dança contemporânea quando há um estimulo e muitas expectativas por novos criadores.

Considero mais ainda o lugar da teoria no fazer dança, de que a teoria nos faz ver o que já está lá no corpo e pelo corpo, na cena e pela cena, na arte e pela arte.

Pois Joubert continua com vontade de falar e de dançar muito qualquer coisa e sobre qualquer coisa. Mais ou menos assim, o mesmo e ligeiramente diferente.